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segunda-feira, 28 de maio de 2012
Cérebro humano está “programado” para assimilar o sobrenatural
A mente humana detecta rapidamente quando alguma coisa é impossível no mundo real, mas por algum motivo ainda desconhecido, o cérebro lida melhor e é menos surpreendido quando os “impossíveis” estão ligados a questões religiosas.
Os pesquisadores do Instituto de Saúde Carlos III, de Madri, chegaram a essa conclusão ao analisar a atividade cerebral de vários grupos de pessoas. Os resultados deste estudo foram publicados na edição online da revista Social Neuroscience e o material é assinado pelo neurocientista Manuel Martín-Loeches, pesquisador do Instituto Carlos III e professor da Universidade Complutense de Madri.
Os pesquisadores compararam as reações de um grupo de pessoas a relatos de milagres religiosos e de outras histórias impossíveis, mas sem relação com o mundo “sobrenatural”. Martin-Loeches resumiu assim suas conclusões: “O cérebro humano aceita melhor a ideia de mover montanhas do que mover edifícios”.
O pesquisador espanhol explicou ainda que os sentidos mostram ao nosso cérebro muito rapidamente quando algo é impossível no mundo real: “há leis físicas, alterações biológicas e psicológicas que são sistemáticas, percebemos isso com apenas meses de idade e sabemos que é essa uma razão fundamental de nossa sobrevivência”.
Neste sentido, está provado que para que um mito ou história religiosa tenha êxito deve mesclar elementos possíveis e impossíveis, pois estes últimos chamam atenção, despertam o interesse, causam surpresa, e a história é lembrada com mais facilidade.
“Algumas gotas de irrealidade, na quantidade certa, garantem o sucesso de uma história”, segundo o pesquisador. A partir desse pressuposto, a equipe liderada por Martin Loeches, queria ver se as ideias impossíveis presentes em relatos religiosos têm uma natureza especial, algo que as torne diferentes no cérebro.
Durante sua pesquisa, os cientistas espanhóis analisaram a atividade cerebral de um grupo de 30 pessoas, enquanto os relatos de milagres e outras ideias impossíveis retiradas de textos religiosos eram lidos. Depois, comparou a atividade do cérebro com a descrição de situações impossíveis, mas que não faziam parte de textos religiosos.
Para garantir que as ideias religiosas ou impossibilidades não eram conhecidas pelos voluntários do estudo, elas foram retiradas de vários materiais de outras religiões, não apenas do cristianismo. De um total de 180 relatos breves, os participantes precisavam dizer se eram possíveis ou não.
A equipe de Martin Loeches analisou e mediu a atividade cerebral de cada individuo ao ouvir as frases. Foi usada uma medida de atividade cerebral que expressa a quantidade de inconsistência ou de irrealidade que o cérebro humano reconhece, chamadas de “ondas cerebrais N400″.
Elas receberam esse nome porque são ativadas 400 milésimos de segundos depois que um ser humano ouve algo que não “se encaixa” nas redes cerebrais que formam o conhecimento semântico, capaz de nos mostrar como as coisas funcionam no mundo real.
De acordo com Martin-Loeches, por alguma razão ainda desconhecida, os cérebros dos voluntários aceitavam as ideias religiosas impossíveis no mundo natural com mais facilidade que as outras não religiosas. Para o especialista, ainda é impossível a ciência indicar como e porque é feita esta distinção, mas fica claro que existe uma espécie de “programação cerebral” para se aceitar mais naturalmente o impossível religioso.
domingo, 27 de maio de 2012
Séries como Sobrenatural e Crepúsculo substituem a religião para muitos adolescentes
Livros e filmes são importantes na formação da cosmovisão dos jovens.
A série de Stephenie Meyer “Crepúsculo” e outras histórias sobrenaturais pode dar aos adolescentes não-religiosos informações importantes sobre como lidar com as grandes questões da vida, afirma um pesquisador dinamarquês.
Na Dinamarca, onde a religião não possui mais uma grande importância para a maior parte da população, os adolescentes dizem que usam a mídia para formar seus conceitos sobre questões como o bem e o mal, vida após a morte e o destino.
Line Nybro Petersen, da Universidade de Cinema de Copenhagem e do Departamento de Estudos Sobre Mídia tem comprovado que, para os fãs mais fervorosos, sua dedicação à série os livros e filmes lembra as das comunidades religiosas.
“Ser fã de ‘Crepúsculo’ permite que os adolescentes se envolvam em muitas experiências emocionais intensas”, disse Petersen ao site LiveScience. “Você quase tem a sensação de que estas são emoções transcendentais, um sentimento que é parte de algo maior que você mesmo, de uma forma semi-religiosa”.
Os vampiros podem parecer um ícone estranho para se ter experiências espirituais, mas “Crepúsculo” e a saga “True Blood” são parte de um processo preparado pelo cinema e a TV que reciclaram velhas idéias, transformando-as em novas histórias. Os estudiosos de mídia chamam esse processo de “midiatização”.
Por exemplo, os símbolos religiosos como a cruz e a água benta aparecem frequentemente na série de TV “Buffy, a caça vampiros”, sucesso na década de 1990, mas em grande parte eles não possuíam qualquer ligação o cristianismo. Tratavam-se simplesmente de armas contra vampiros com uma “pitada de teologia”.
Os vampiros passaram por uma transformação semelhante em “Crepúsculo”. Em vez de virarem pó em contato com o sol, por exemplo, eles brilham.
Como parte de sua tese de doutorado, Petersen pesquisou e entrevistou adolescentes dinamarqueses que gostam de programas de TV ou de filmes sobrenaturais, como “Sobrenatural”, “Vampire Diaries” ou “Ghost Whisperer”, onde o fantástico se torna cotidiano. Ela descobriu que, embora muitos desses adolescentes rejeitem a religião organizada, ainda se debatem com as grandes questões da vida.
“Você não tem uma resposta clara sobre o que acontece quando você morre, então talvez quando lê ou assiste filmes sobre isso, aprende alguma coisa”, explica Katja, uma “fãpira”, como são chamados os adolescentes fãs de vampiros.
Os fãs mais dedicados, além de ler e reler os livros ou assistir várias vezes os mesmo episódios, passam grande parte de seu tempo falando sobre isso na Internet, em fóruns especializados ou nas redes sociais.
Como resultado, explica Petersen, os livros e filmes ajudam a formar grande parte da identidade dos adolescentes. A pesquisadora disse perceber uma atmosfera positiva e de cumplicidade entre os jovens que descobrem que possuem esse aspecto em comum.
O aspecto semi-religioso pode ser ligeiramente diferente em países mais religiosos, ressalta Petersen. O mais comum, segundo ele, é que esses elementos sobrenaturais se encaixam perfeitamente com sua “visão cristã do mundo”, que receberam dos pais.
A estudiosa dinamarquesa afirma que a questão deve ser levada a sério. “É algo que eles podem gostar muito por um breve período de tempo, mas que acabam substituindo para seguir em frente”.
Petersen diz que muitos jovens que assistiam/liam a saga de Harry Potter, passaram a acompanhar “Crepúsculo” ou “O Senhor dos Anéis”, e agora mudaram para trilogia “Jogos Vorazes” ou outras histórias sobrenaturais. Em outras palavras, os adolescentes continuam procurando histórias que lhes ajude a entender o mundo.
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